Medida visa fortalecer resposta do SUS a emergências toxicológicas; distribuição será estratégica em todas as regiões
O Ministério da Saúde anunciou, nesta semana, a ampliação do estoque nacional de antídotos utilizados no tratamento de intoxicações por metanol, substância altamente tóxica comumente encontrada em produtos adulterados, como bebidas alcoólicas ilegais. A iniciativa faz parte de um plano de reforço da estrutura de resposta a emergências toxicológicas no Sistema Único de Saúde (SUS).
Segundo a pasta, o governo adquiriu mais de 1.500 unidades de fomepizol, principal medicamento utilizado no tratamento de envenenamento por metanol. O antídoto será distribuído de forma estratégica em centros de referência toxicológica e hospitais das cinco regiões do país, priorizando estados com histórico recente de surtos por consumo de álcool adulterado.
A ministra da Saúde, Nísia Trindade, destacou a importância da medida: “Estamos fortalecendo nossa capacidade de resposta a um problema grave de saúde pública. Intoxicações por metanol são altamente letais e, com o antídoto disponível, aumentam significativamente as chances de sobrevivência e recuperação dos pacientes.”
Entre 2020 e 2023, o país registrou diversos casos de intoxicação por metanol, muitos deles fatais, especialmente em regiões onde o consumo de bebidas ilegais cresceu. Em 2022, um surto no Norte do país resultou em dezenas de internações e mortes, acendendo o alerta para a necessidade de preparo dos serviços de saúde.
Além da aquisição dos antídotos, o Ministério da Saúde também prevê a capacitação de profissionais da rede pública para o diagnóstico rápido e o tratamento adequado de intoxicações químicas.
A iniciativa é parte do Programa Nacional de Vigilância em Saúde de Populações Expostas a Produtos Químicos, que busca garantir o acesso rápido a tratamentos em casos de exposição a substâncias perigosas, como agrotóxicos, solventes industriais e, neste caso, o metanol.
