Dados do governo apontam redução de 25% nas famílias em situação de vulnerabilidade; programas sociais e aumento da renda estão entre os fatores
O Brasil registrou um avanço significativo no combate à pobreza nos últimos dois anos. De acordo com dados divulgados pelo Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS), mais de 6,5 milhões de famílias deixaram a linha da pobreza entre maio de 2023 e julho de 2025.
Em números absolutos, o total de famílias pobres inscritas no Cadastro Único caiu de 26,1 milhões para 19,56 milhões, uma redução de 25%. A mudança representa uma melhora na condição de vida de aproximadamente 14,17 milhões de pessoas, segundo levantamento do governo federal.
O Cadastro Único considera como pobres as famílias com renda per capita de até R$ 218 por mês, critério utilizado para acesso a programas sociais como o Bolsa Família. A queda no número de famílias em situação de pobreza é atribuída a uma combinação de fatores, incluindo a retomada do crescimento econômico, aumento do salário mínimo, valorização do emprego formal e reformulação de políticas de transferência de renda.
Além disso, dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontam que, entre 2022 e 2023, 8,7 milhões de pessoas saíram da pobreza, e 3,1 milhões deixaram a extrema pobreza. Os índices são os menores registrados desde 2012.
Segundo especialistas, os programas sociais foram fundamentais para esse resultado. A volta do Bolsa Família com valor mínimo de R$ 600, o acréscimo de R$ 150 por criança de até seis anos e os investimentos em segurança alimentar ajudaram a reduzir a vulnerabilidade de milhões de famílias.
“Ainda há muito a ser feito, mas os números mostram que estamos no caminho certo para reconstruir uma rede de proteção social mais efetiva”, afirmou o ministro do Desenvolvimento Social, Wellington Dias.
A Fundação Getulio Vargas (FGV Social) também corrobora os dados, destacando que cerca de 6 milhões de pessoas saíram da extrema pobreza entre 2023 e 2025 — um dos melhores desempenhos históricos do país em tão curto período.
O desafio agora, segundo analistas, é consolidar os avanços e garantir que a mobilidade social dessas famílias seja sustentável, por meio de políticas de educação, geração de emprego e inclusão produtiva.



