Na noite do último dia 13 de agosto de 2025, às 23h53, o Rio Grande do Norte viveu um momento que ficará registrado na sua história. As águas do Rio São Francisco, após décadas de planejamento e anos de obras, finalmente chegaram ao território potiguar, entrando pelo leito do Rio Piranhas-Açu, no município de Jardim de Piranhas.
Esse feito é parte do Projeto de Integração do Rio São Francisco (PISF), também conhecido como transposição, que leva água do “Velho Chico” para regiões castigadas pela seca no Nordeste. O percurso até o RN começou no estado da Paraíba, com liberação controlada em 5 de agosto, para que a água seguisse de forma gradual e segura, preservando o equilíbrio ambiental e garantindo o abastecimento contínuo.
O primeiro destino da água no RN será a Barragem de Oiticica, em Jucurutu, com capacidade para 590 milhões de m³. Em seguida, seguirá para a Barragem Armando Ribeiro Gonçalves, o maior reservatório do estado, com capacidade para 2,4 bilhões de m³. Nesta etapa inicial, serão direcionados aproximadamente 46,3 milhões de m³ ao longo de 132 dias, com vazão média de 4,06 m³/s.
Mais do que um marco de engenharia, essa conquista é uma vitória para a população do semiárido. A chegada da água fortalece a segurança hídrica, garantindo abastecimento para consumo humano, agricultura e indústria, além de reduzir a dependência de soluções emergenciais em períodos de estiagem.
O momento também reforça a importância de obras complementares, como o Ramal do Apodi, que está em andamento e beneficiará 54 municípios e cerca de 750 mil pessoas, ampliando ainda mais o alcance da transposição.
O que se vive agora é mais do que a chegada de um recurso natural: é a concretização de um sonho antigo, a esperança renovada de que o sertão potiguar poderá conviver com a seca de forma mais digna, segura e sustentável.
